FIOCRUZ e IBE, em parceria, pesquisam os efeitos do Banho de Floresta

A Ecopsicologia no Brasil deu um grande passo no mês de junho de 2021 com a assinatura de um convênio com uma das principais Fundações de pesquisa do estado brasileiro, a Fiocruz. Trata-se de um dos dois institutos responsáveis pela produção de vacinas no país, com renomada competência em pesquisas na área da saúde. O convênio entre o IBE-Instituto Brasileiro de Ecopsicologia e a Fiocruz-Fundação Oswaldo Cruz está voltado à pesquisa sobre os efeitos da prática de Banho de Floresta (Shinrin-yoku). Sabe-se dos efeitos desta prática em florestas japonesas, mas não sobre os efeitos da prática quando realizada em florestas brasileiras. Existem seis biomas diferentes no Brasil: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Nas muitas reservas naturais existentes nesses biomas, há um constante risco gerado pela pressão econômica.

Desde 2017 o IBE desenvolve o projeto de sensibilizar a opinião pública brasileira sobre os benefícios para a saúde associados ao contato com a natureza. Tem buscado também mobilizar gestores de florestas públicas e privadas para a inclusão da prática de Banho de Floresta como forma de vincular pessoas a essas áreas protegidas e, dessa forma, contar com mais apoio da sociedade para ajudar a protegê-las. Para a Ecopsicologia os efeitos benéficos para a saúde vindos do contato com a natureza são tão importantes quanto a manutenção da saúde dos ecossistemas. Um não é possível sem o outro. Abaixo o release em que a presidente da FIOCRUZ, Nísia Trindade Lima apresenta o início da parceria:
“Fiocruz assina cooperação técnica para desenvolver o Banho de Floresta no Brasil

 

A Fiocruz mais uma vez inova ao assinar cooperação técnica e científica para desenvolver no Brasil o Banho de Floresta, ou shinrin-yoku, uma prática integrativa e complementar reconhecida no Japão desde os anos 80, com  adeptos em vários países, que traz benefícios como a redução do estresse e a melhora da saúde física e mental.

Por meio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), o acordo foi assinado com o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), que desenvolverá o projeto. O documento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) do dia 2 de junho de 2021.

A cooperação tem por objetivo estimular a aproximação das pessoas às áreas naturais no sentido de experimentarem os efeitos positivos à saúde e, ainda, contribuir para à conservação da natureza e à geração de benefícios socioeconômicos aos atores locais.

O plano de trabalho do projeto prevê atividades para a sistematização e implementação do Banho de Floresta em áreas naturais dos biomas brasileiros e outras de interesse para a prática. O apresenta várias etapas a serem desenvolvidas no prazo de cinco anos, entre elas, a definição de diretrizes e protocolos para a realização da vivência, a capacitação de facilitadores, a elaboração de diretrizes para a certificação das áreas naturais e a realização de seminário para apresentação dos resultados obtidos.

A iniciativa será muito importante para o período pós-pandemia da Covid-19, considerando o contexto da população fortemente afetada pelo prolongado confinamento, que, certamente apresentará uma grande demanda por espaços abertos e áreas naturais, estabelecendo diálogo com o Sistema Único de Saúde (SUS) e demais políticas públicas.

Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, não é de hoje que a Fiocruz considera fundamental as relações entre a saúde e o meio ambiente. Desde a Rio 92 – Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente – a Fiocruz intensificou a agenda ambiental e tem realizado várias ações relacionadas à saúde, ambiente e a sustentabilidade.

Os impactos ambientais têm interferido na saúde do planeta e a pandemia do coronavírus revela muito sobre a relação entre as ações da sociedade e suas consequências, diz a presidente, e complementa: “A saúde humana está vinculada à saúde do planeta e não podemos separá-las. As mudanças climáticas, a progressiva urbanização, a degradação ambiental e a poluição afetam não só a biodiversidade, mas também a saúde das pessoas”.

Para o presidente do  Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), Marco Aurélio Bilibio, a assinatura da cooperação representa um grande passo no diz respeito as pesquisas sobre a temática. “É uma enorme satisfação para o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia firmar essa parceria com a Fiocruz, para pesquisas na área de saúde e natureza. Com a grandeza de sua história e a partir da excelência que marca o trabalho da Fiocruz no país, será possível avançar no conhecimento de áreas sensíveis que interconectam a saúde humana e a preservação ambiental”, ressalta Bilibio.”